domingo, 6 de fevereiro de 2011

Os segredos da flutuação

Um cofre afunda porque é pesado e uma bolinha de gude, porque é pequena. Essas afirmações são verdadeiras? Em parte. "Para compreender a flutuação é preciso considerar não só o peso ou o tamanho dos corpos, mas a interação entre a massa e o volume, ou seja, sua densidade", afirma o professor de Física Marcos Pires Leodoro, do Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo. Lembre a classe de que para descobrir se um material é mais denso que outro basta pegar o mesmo volume dos dois e ver qual pesa mais. E como saber se um material afunda ou não? "Só os que possuem densidade maior que a da água vão para o fundo", completa Leodoro.

Por que, então, um navio feito de toneladas de aço pode cortar os mares? A razão é simples: o bloco metálico, que a princípio afundaria, é moldado de forma que um bom espaço em seu interior contenha ar. "Isso faz com que a densidade do navio como um todo seja menor que a da água", explica o professor, que sugere os dois experimentos abaixo para deixar mais claro o conceito de flutuação.

Substitua o aço por papel-alumínio
 
 
 
Na tigela com água, a prova: o papel
alumínio amassado afunda (no detalhe)
e o barquinho permanece na superfície.
Foto: Marcelo Guarnieri
O barco não afunda, apesar de ser feito de material mais denso que a água
Peça para os alunos de 5ª a 8ª série pegarem dois pedaços iguais de papel-alumínio. Um deve ser amassado, de forma que não reste ar dentro, e o outro, dobrado em forma de barco. Em seguida pergunte: se colocarmos o barco na água ele vai flutuar ou afundar? E a folha amassada? "Assim, você leva a turma a experimentar, como sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais", afirma Leodoro. Depois, os estudantes colocam tanto o papel como o barco num recipiente com água. Se estiver bem amassado, o bloco vai afundar. "Isso levará a turma a perceber que o papel-alumínio maciço afunda enquanto o barco, que tem ar em seu interior, bóia", diz o professor. Ficará provado que um produto feito com material mais denso que a água pode flutuar. Apesar de ser mais pesado, ele está preenchido com outro mais leve — no caso, o ar.


As bolinhas que nunca se encontram
 
 
 
 
Foto: Marcelo Guarnieri
Uma brincadeira para ajudar os pequenos a observar a flutuação
Esta atividade é indicada para turmas de 3ª e 4ª séries. Pegue um recipiente transparente com tampa e encha-o de água. Dentro dele, coloque uma bolinha de gude e outra, maior, de isopor. Peça que os alunos tentem fazer as duas esferas se encontrarem. Eles podem virar e revirar o vidro. A brincadeira favorece a observação do fenômeno da flutuação e mostra que, ao contrário do que muitos pensam, um corpo grande pode flutuar enquanto um pequeno afunda. "Nessa fase, porém, não cabem explicações científicas mais abrangentes sobre esse fenômeno", defende Leodoro.

fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/pratica-pedagogica/segredos-flutuacao-426130.shtml

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